terça-feira, 15 de abril de 2008

Abordagem da hipertensão no contexto do risco global

Não se vê, não se sente, mas a verdade é que, quando não controlada, pode conduzir à morte. Fala-se, pois, da hipertensão arterial, tantas vezes denominada de “assassina silenciosa”. Devido à ausência de sintomas, muitos doentes deixam que a situação se arraste, porque, simplesmente, desconhecem os níveis da sua pressão arterial.
Através do último estudo epidemiológico nesta área chegou-se à conclusão de que cerca de 40% da população portuguesa é hipertensa e metade da qual ignora sofrer deste problema. Mas os números não ficam por aqui: do total dos doentes hipertensos, apenas 11% têm os níveis da sua pressão arterial controlados.
Por estar intimamente ligada à ocorrência de AVC, a pressão arterial elevada deve ser alvo de uma “vigilância apertada”. Assim, para que se possa diagnosticar, é necessário que as pessoas façam medições regulares da pressão arterial.
As últimas recomendações europeias da HTA fixam as normas de diagnóstico e tratamento dos doentes hipertensos, enquadradas num contexto de risco cardiovascular global.O conceito de normalidade da pressão arterial depende do tipo de doente e do número de factores de risco associados. “Se estivermos perante um doente apenas com HTA, sem outras complicações, o objectivo da terapêutica é alcançar valores abaixo dos 140/90 mmHg. Mas, se por outro lado, for um doente diabético, se tiver insuficiência renal ou houver registo de antecedentes de enfarte ou AVC, a meta será atingir níveis inferiores a 130/80 mmHg” afirma um especialista nestes casos de hipertensão.
Muito embora os medicamentos sejam uma “ferramenta fundamental” na normalização dos níveis de pressão arterial, é defendido que os resultados terapêuticos não devem depender, em exclusivo, da sua administração. A modificação dos estilos de vida, de onde se inclui a cessação tabágica, prática de exercício físico regular, redução do peso e uma alimentação equilibrada, com baixo teor de sal, são medidas complementares que, em simultâneo, concorrem para a diminuição dos níveis da pressão arterial e aumentam a eficácia dos medicamentos anti-hipertensivos.

Reflexão:
Este pequeno excerto mostra bem o que vai no pensamento dos portugueses em geral, isto é, “não sinto nada, portanto não tenho nada!”. Esta é uma ideia completamente errada! Quando a doença se manifestar, isso é mau sinal…Há que prevenir, fazer regularmente exames, principalmente a partir dos 45 anos, bem como complementar, com o sempre exigível, exercício físico moderado.Esta doença tem sido um “carrasco” de muitas populações, entre as quais a portuguesa, devido aos (maus) hábitos alimentares, ricos em gorduras e em sal (fast-food), daí que será necessário rever todas estas condições de forma a termos uma melhor percepção de como queremos a nossa vida e, também, verificar se aquilo que temos feito com a nossas saúde tem sido o ideal/recomendável.

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